Um rápido histórico sobre os deslocamentos até Lajeado, para aquele que é normalmente o primeiro encontro grande do ano mostra que eles são longos. Dois chamam muito a atenção. O primeiro que teve seis horas de duração, com mais de 30 carros. Um parava estragado, era arrumado e na hora de ligar novamente outro carro não ligava. E assim foram os 360 minutos.
Os mais antigos no Clube dizem que foi assim, mas estamos falando do início da década passada, faz tempo já. Logo tal historia é passível de erros e falhas de memória.
Mais recentemente em 2019 foram 4 horas de viagem para percorrer os parcos 100km de distância. Dessa vez apenas um carro deu problema. Foi o Bagaço do Roni (foto acima). Pelo caminho as peças foram sendo trocadas, e o que parecia ter se resolvido na verdade deu problema na volta também.
Mas afinal, qual seria, de uma vez por todas o tempo normal de um comboio pra percorrer esses 100km? Sem nenhum problema e com uma paradinha de 30 minutos?
Primeiro suponhamos que num mundo controlado seja possível colocar um carro atrás do outro, rodando numa distância igual e segura na mesma velocidade. Vamos supor também que rodaremos entre 75 e 65 quilômetros por hora, numa média de 70km/h. Bom, é bem óbvio. Em uma hora rodaríamos 70km. O que nos permitiria chegar até a Casa do Mel, em Tabaí, com sobras. Comer um pastel, talvez um café, ou uma Coca-Cola pra não dar aquela azia, ir no banheiro, dar aquele conferes no óleo e seguir viagem. Temos então 1 hora e 30 minutos, certo?
Os outros 39km até Lajeado são mais tranquilos, a pista é mais larga, mais nova, o sobe e desce da Tabai/Canoas que encontramos até ali é mais leve. Tranquilamente rodaríamos na mesma média de 70km/hora. Agora vem a hora da matemática complicada e quebrada. Todavia, toda vida, vamos dar uma arredondada e colocar mais 2 vírgula 5 minutos. Não contamos os dois pedágios que tem no caminho. Que vamos somar mais 5 minutos no geral, porque nem sábado, nem domingo perdemos mais do que 2 minutos pra pagar em cada um.
Seriam então 2 horas de viagem. Ar-re-don-dan-do. Abaixo “um pouco de óleo se perde mesmo”.
Quanto demoramos em 2023 com 14 veículos?
Foram 8 kombis, 5 Fuscas e uma Van Agrale na viagem. Nosso horário de saída, previsto para as 14:30 acabou atrasando. Os carros não estavam todos lá entre 14 e 14:30. Mas não vamos contar os 15 minutos no tempo de viagem, nem crucificar ninguém, ainda. Saímos as 14:45. O bom de filmar e tirar fotos é que esses dados ficam registrados no nome dos arquivos. Dá pra ser bem preciso nesse ponto.
Chegamos na Casa do Mel as 16:38. Uma falta de comunicação entre ponteiro e organização nos fez parar, era pra ter ido direto. Uma vez que já havíamos parado 10 minutos atrás pra reagrupar o comboio. Mais 9 minutos e seriam 2 horas. Logo, levamos 1 hora e 51 minutos para percorrer 61km. Perdemos 48 descontados os 90 segundos do pedágio. Cortamos bem o tempo de parada. Ao invés de 30 minutos ficamos apenas 14. Saímos as 16:52. Temos então 34 minutos perdidos na estrada. Voltamos pro jogo e pra rodovia.
Chegamos no Parque do Imigrante as 17 horas e 33 minutos. Demoramos então 48 minutos para fazer esses últimos 39km. O que nos dá uma média de mais ou menos 50km por hora. Chegamos então ao número tão esperado nesse texto.
O tempo total de viagem em 2023 foi de 2 horas e 48 minutos.
O que podemos tirar de ensinamentos dessa viagem?
Estrada é, e sempre será, algo imprevisível. Nas melhores condições de temperatura, pressão e vento pode acontecer de tudo, e no pior panorama possível nada. Porém usando como parâmetro a teoria do caos onde a borboleta bate as asas na Alemanha e o filtro de combustível entope no Brasil, nada é certo.
Talvez a comunicação apenas poderia ser melhor, se não tivéssemos parado na Casa do Mel seriam 14 minutos menos, talvez no final das contas uns 20, devido a desacelerar e acelerar novamente, ritmo da viagem. Tem toda uma ciência nisso que não estamos levando em conta. Talvez ainda se tivéssemos saído as 14:30 chegaríamos mais cedo, pegaríamos menos chuva e a viagem fosse mais rápida.
Ou ainda, se não pegássemos chuva, com aquele calor de 45 graus na estrada algum outro carro tivesse quebrado e aí a viagem seria mais longa mesmo saindo mais cedo.
Amigos, isso é estrada. Estrada é estrada.
