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SC390II – a Missão – Vídeo Emocionado – Cap 2

Esse texto foi escrito na primeira pessoa por Fabiano Estigarribia, vulgo Estripa, Estiga, Estica… entre outros…

Fevereiro de 2020, lá estávamos nós saindo as 5 da manhã do dia 1º rumo ao Rastro. Dois Fuscas e uma Kombi. Tinha tudo pra dar certo, mas foi uma viagem frustrante, pouca coisa foi positiva. Renderam muitas histórias que hoje a gente dá muita risada, mas muita dor de cabeça pra todos.

Os relatos estão registrados no site, se procurar por SC390 consegue ler tudo. Ficaram as brincadeiras dizendo que minha Kombi só quebrava e que não passava de Torres. É justo embora ela só tenha quebrado mesmo dessa vez em três anos. Tenho certeza que isso aconteceu porque eu estava usando as rodas de Kombi e não as de liga 😂.

Na foto abaixo Zero2 conferindo o trabalho do mecânico na estrada. Foto de 2020.

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Aí veio a oportunidade de redenção quando ano passado (2021) o Diego comprou a Kombi e veio a tona novamente a viagem do Rio do Rastro (ler mais no Capítulo 7). Eu era parceiro e tinha lá uma dívida, não apenas comigo, mas com meus companheiros de viagem, que tanto se prestaram na ocasião para que fosse possível sair daquela situação inglória.

De setembro pra cá foram longos meses de espera, a data foi marcada há uns 60 dias, talvez mais creio eu, e não tinha muito o que fazer além de revisões meio básicas e tentar chegar ao destino final, mesmo que aos trancos e barrancos.

Dessa vez, praticamente dois anos depois eram quatro Kombis na estrada. Eva, Brigitte, Berenice e Clôtilde. Quatro senhoras, jovens senhoras. Se uma Kombi já dá problema, imagina 4??? :0 Veja quem são elas nesse link aqui.

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Foto acima no Posto Luzardo em Osório – RS.

De conversa em conversa fomos achando um horário cada vez mais cedo pra sair. Começamos com as 5 horas de sábado exatamente como em 2020, passamos pras 3, depois 2, meia noite e chegamos as 22 horas de sexta. Por que? Pra contornar qualquer tipo de problema.

Problemas de lado, faz muito sentido a gente sair neste horário e viajar a noite. Evitamos todo o trânsito da 101 nessa época de veraneio, um pouco dos caminhões e rodamos com uma temperatura mais amena, boa pros carros. Porém tem a questão de ser a noite. Nem todo mundo consegue dirigir nessas condições.

Por isso falei que a gente ia parar uma vez por hora. Diego falou que não iria conseguir, tinha que mimir 😴, nem que fosse uma horinha. PT disse que conseguia, mas não era ele que ia dirigir, Zero Dois ia fazer essa mão. Eu vou de boas, troco a noite pelo dia fácil e o Toni não viu problema.

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Só que é óbvio que todos nós ficamos cansados. Parar e rever as pessoas, conversar, dar uma zoada nos manteve atentos. Paramos em Osório pela primeira vez, todo mundo ligado. Rodamos mais tempo até a nova parada pra abastecer pouco antes de Sombrio, já em solo catarinense meu quiridu. Chegamos assim aos 200km rodados. Seriam mais 70 até Criciúma.  Zero2 perguntou se tocaríamos direto até o mirante. “Vamos ver” eu disse.

Quando chegamos em Criciúma, entramos pela rota que o Joel havia comentado, mais rápida e naquele horário sem ninguém. Em 5 minutos atravessamos o centro da cidade e estávamos no começo do caminho que leva até o pé da Serra, que é chato pra caramba.

Parei novamente, num posto de gasolina. Conferi como cada um estava. E todos os motoristas estavam bem, na adrenalina. Esse trecho é o pior, porque são várias cidades e muitos quebra molas, anda 10km tem algum obstáculo, vai mais 10 e uma cidadezinha, mais 10 e trilho de trem. Nem sempre o asfalto é bom, mas sem trânsito foi quase rápido e indolor.

Uma hora e chegamos no quase início da Serra, onde a subida fica pesada. Nesse ponto a altitude já beira os 400 metros. Já subimos e descemos bastante. Paramos novamente em um posto de gasolina que parei quando fomos em 2018 com carro normal. Novamente ninguém aparentava estar mal, apesar de obviamente cansados. “Bóra então? Daqui vamos direto até o Mirante, beleza?” Todo mundo concordou, com empolgação.

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Só que andamos uns 1o minutos e entrei num paradouro. O Sol nascendo rendeu um momento muito bonito. Foto acima. Eva, Brigitte, Clôtilde e Berenice.

Rapidamente eu vi que o movimento começou a aumentar. Subir atrás de um caminhão é roubada, fica a dica, suba sozinho, no seu ritmo. Pedi pra deixar um espaço entre um carro e outro na subida, mas no final ninguém fez isso. Foi um colado no outro.

Quando começamos a chegar na parte mais lenta, curvas acima de 180 graus, de canto de olho, pelos retrovisores, eu via aquelas Kombis subindo, escalando a serpente morta, foi muito emocionante. Pensei: “c4r@lh0 conseguimos… vencemos a noite, esses caras são f#d4 véi”.

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Quando fizemos a última curva, no final da serra coloquei o braço pra fora e balancei. Minha ideia era fazer tipo o Senna quando ganhava na Fórmula 1, punho fechado comemorando. Deve ter sido muito menos emocionante pra todos, se é que alguém viu. Pra mim foi demais. Terminei a viagem que comecei em 2020, finalmente!!! Acabou.

Meu relato está terminado. Tirei um peso das costas, fiquei extremamente feliz como há tempos não ficava. Dali pra frente foi apenas aproveitar o que viria. Tudo era lucro. Só tenho a agradecer aos parceiros da primeira viagem e dessa segunda.

A noite, quando voltamos ao Mirante pra dormir, eu gravei um vídeo falando um pouco emocionado, confesso que já havia bebido algumas coisinhas. kkk. O vídeo está abaixo:

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